Tuesday, January 16, 2007

||Artigo|| Propinas na UAlg


O ensino superior em Portugal tem sido tema de debate público constante. A situação financeira do país obriga o Governo a fazer cortes orçamentais em vários sectores, entre os quais, o ensino superior público. Consequência, ou não, disso é o aumento das propinas.
Introduzidas inicialmente com o intuíto de garantir uma melhor qualidade do ensino, parte das propinas acaba por servir de último recurso para cobrir os vencimentos de docentes e funcionários.
As várias instituições do ensino superior do país recorreram a soluções distintas.
Enquanto umas optam por um aumento da propina, outras encontram na redução do quadro de pessoal a solução mais adequada.
No caso específico da Universidade do Algarve, apesar da instituição ter sido uma das mais prejudicadas do país, com o corte orçamental o valor da propina mantém-se o mesmo que o do ano anterior.
No entanto, João Guerreiro - reitor da universidade -, deixa em aberto a possibilidade de uma redução do quadro de numerários prevista para o próximo ano lectivo.
Depoimentos de estudantes, docentes e funcionários classificam o aumento das propinas como solução provisória, e responsabilizam a própria estrutura do ensino superior pelas suas "falhas".
Mário Cera - estudante e funcionário da universidade -, confessa estar numa posição ambígua perante esta situação. "Como aluno, não acho justo (as propinas servirem para pagar salários). O pagamento dos ordenados cabe ao Estado. Já como funcionário, convém que tenha o meu salário a tempo e horas."
Os docentes apresentam reservas de opinião quando confrontados com esta questão. "Não posso ter uma opinião fixa, visto que sou docente e defendo os meus interesses", diz Pedro Calado, docente do curso de Design da Comunicação da UAlg. Defende que o sistema, nos moldes que está, não terá muito futuro e que algo terá de ser mudado. "Este modelo, tal e qual como está, não vai poder aguentar durante muito tempo. Vamos ter que encontrar uma solução qualquer. O problema é: como continuar a financiar este modelo? É uma pergunta. Não lhe sei responder."
Queixas são muitas, mas a situação continua indefinida, sem solução à vista.
(Artigo baseado no Vox Pop, realizado na UAlg, por Maia Banaru e Neri Kaiser)

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